CAPITAL INTELECTUAL E CAPITAL ESTRUTURAL



Ricardo Bozzeda, MBA, CTFl-TA, CTAL-TM, ITIL

Definições

O capital humano (puramente pessoal, e baseado em competências individuais, atitude e agilidade intelectual) e o capital estrutural (o que fica na empresa, quando toda a gente vai para casa).

O capital estrutural é composto por três componentes – o capital de relações (com clientes e todos os «stakeholders»); o capital organizacional (composto por: capital de inovação em propriedade intelectual e ativos intangíveis, capital de processos formalizado em manuais, melhores práticas, recursos na Intranet, e capital cultural, assente em símbolos e normas que diferenciam); e o capital de ‘renovação e desenvolvimento de valor’ (todos os itens que terão um impacto no futuro).

O capital intelectual é mais do que o conhecimento. Inclui também as marcas, as patentes, os processos e todas as relações com todos os «stakeholders» do negócio – distribuidores, aliados, clientes, comunidades locais, fornecedores, etc.. O capital intelectual não é baseado em dados nem mesmo em informação, assenta no saber. O saber é um processo pessoal e subjetivo que brota da experiência, enquanto que a informação é objetiva e nasce a partir do ambiente envolvente.

O capital intelectual é mais do que o somatório das competências nucleares da empresa. Abrange também as competências que não são centrais, e implica os resultados da aplicação de todas essas competências. O capital intelectual é mais do que a «aprendizagem organizacional», vai para além do desenvolvimento do conhecimento, implica também a sua exploração plena e a sua transformação em conhecimento explícito coletivo. (Leif Edvinsson)
Capital Estrutural

De acordo com os capítulos 7 – Capital Estrutural I: Gestão do Conhecimento (p. 97-114) e 8 – Capital Estrutural II: O Perigo de Investir Demais em Conhecimento (p. 115-126) do livro “Capital Intelectual” de Thomas A. Stewart, o capital humano produz inovação e crescimento, e é preciso conter e reter o conhecimento, para que ele se torne propriedade da empresa, isto é, Capital Estrutural.

A função da gerência é desenvolver os ativos da empresa. Passa-se duas ou três semanas por ano procurando informações que os outros já tem. Quando você distribui o conhecimento você aumenta o conhecimento coletivo. Algumas formas de acumular estoques de conhecimento são : Banco de dados de conhecimento, consultas on line, internet e sistemas especialistas. Com a utilização destas ferramentas a empresa consegue reduzir os custos e melhorar o acompanhamento e a administração.

Os conhecimentos que as organizações devem armazenar são : 1 – Paginas Amarelas da empresa; 2 – Lições aprendidas e 3 – Inteligência dos concorrentes. Apesar da tecnologia ser importante no processo, ela não é tudo. O essencial é o esforço para descobrir o conhecimento útil e passa-lo adiante. O papel da tecnologia é dar suporte a rede de conhecimento.

Outro ponto importante é que o Capital Estrutural é um produto da inteligência humana e por isto baseia-se em pessoas dispostas a compartilhar, e compartilhamento é sempre voluntário.

Existe o perigo da sobrecarga de informações, pois as pessoas estão investindo excessivamente em conhecimento, por isto temos que usar formas para diminuir este excesso de investimento : Alavancando a especialização, simplificando, automatizando e controlando os estoques de conhecimento.

Conclusão


Apesar do Capital Intelectual ser um dos ativos mais importantes para a organização, é de difícil administração e avaliação devido sua subjetividade. Um dos desafio para o novo milênio é encontrar métodos e meios de como mensurá-lo e contabilizá-lo de forma eficaz.

O valor real de uma empresa está se deslocando de edifícios, estoques, equipamentos para a era intelectual, exigindo cada vez mais a reformulação da visão tradicional, para que assim possa avaliar com mais objetividade os ativos intangíveis e proporcionar às empresas uma maior realidade, visto que, para o sucesso das organizações na era do conhecimento, eles são tão importantes quanto os ativos físicos e tangíveis.

O Capital Intelectual passa a ser uma ferramenta importantíssima para a tomada de decisões tipo: investir em treinamento, em educação, substituir ou não pessoas por máquinas, terceirizar ou não etapas no processo produtivo, criar ou eliminar níveis de gerência etc.

Capital Intelectual não significa um grupo de cientistas trancados em um laboratório ou Diretores com MBA. O capital intelectual é a soma do conhecimento de todos em uma empresa, o que lhe dá vantagem competitiva. É o conhecimento da força de trabalho: o treinamento, é a equipe de funcionários, é a rede eletrônica que transporta a informação, é a cooperação, o aprendizado compartilhado entre a empresa e seus clientes.

As empresas precisam aprender a gerenciar e armazenar este conhecimento. As empresas não podem mais esperar que os produtos e práticas de sucesso do passado garantam seu futuro, cada vez mais elas serão diferenciadas com base naquilo que sabem.

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